quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Sujeira nas ruas atrapalha mobilidade por bicicleta

Canetas, livros, latas, garrafas, copos plásticos e de papel, restos de comida, chinelos, sacos (vazios e cheios – não imagino de que!), parafusos, vidros quebrados, pedaços de madeira, cabos de vassoura, roupas rasgadas, caixas vazias de remédios e outros produtos, pontas de cigarro, isqueiros, papel higiênico (usado), camisinhas e até absorvente feminino íntimo (enrolado, provavelmente usado!).

Essa é uma pequena mostra das coisas que já vi nas bordas das ruas e avenidas em minhas pedaladas pela capital.


Todo esse conjunto de excrescências da sociedade, misturado a terra, poeira, pedras e óleo dos carros, empurrado pelas chuvas e pelos ventos, vai se acumular nas sarjetas e bocas de lobo, acabando com o sistema urbano de escoamento pluvial. A qualquer momento, em um dia de chuva mais forte, esses detritos todos vão impossibilitar a drenagem das águas das chuvas e trazer problemas diversos como os frequentes alagamentos, doenças, mau cheiro e outros quetais.

Além dos citados malefícios, toda essa imundície da sociedade acaba se tornando, muitas vezes, barreira para que os ciclistas possam bem usar as bordas das pistas para sua locomoção diária. Já não basta termos que desviar, a todo instante, de buracos e dos péssimos bueiros de nossas vias, ainda somos obrigados a desviar de todo tipo de sujeira jogada nas ruas. Desvios como esses, em direção ao centro da pista, podem causar grave colisão com algum carro, ônibus, caminhão ou motocicleta que esteja ultrapassando o ciclista no momento.

Não basta a muitos motoristas, irresponsáveis, encherem as ruas de carros. Esses não cidadãos precisam, ainda, entupir de sujeira as pistas por onde passam. Sem qualquer preocupação com a cidade. Com o próximo. Com seu meio ambiente. E, no fim, com sua própria saúde e segurança.

Egoísmo

Ao que parece, muitas pessoas não têm qualquer preocupação com a limpeza urbana. O conceito de limpeza, para esses, parece só valer para dentro de suas casas. Porta afora, a cidade nada mais é do que uma grande lixeira pública.

Cidadania é condição sine qua non – fundamental mesmo – para se falar em qualquer projeto de mobilidade urbana, ou melhor, para se falar de qualquer projeto que extrapole o contexto individual e tenha como foco benefício à comunidade. Mas o egoísmo e o egocentrismo são, infelizmente, características marcantes dos cidadãos das grandes cidades neste início de século.

E o mais grave: o mesmo cidadão que suja a cidade é capaz de reclamar, a plenos pulmões, que o governo não faz nada para resolver o problema das enchentes na época de chuva.

Cidadania é, acima de tudo, consciência. Respeito. Responsabilidade. Qualquer projeto de cunho social ou comunitário só vai conseguir ter sucesso no dia em que o cidadão aprender a praticar, diuturnamente, a cidadania.

Nenhum comentário:

Postar um comentário